domingo, 30 de janeiro de 2011

Um dos maiores funerais da história recente : Kim Il-Sung

  Em agosto de 1994 o presidente da República Democrática da Coréia morreu deixando uma nação inteira aos prantos. Kim Il-Sung conseguiu imacular a sua imagem de líder eterno do povo norte coreano. A morte desse líder político foi tão dramática que chega a se comparar com a de Jesus Cristo. Era como se fosse para nós ver Jesus Cristo ser crucificado diante de nossos olhos em pleno século XXI. Segundo as narrações norte coreanas o dia do enterro  foi um dia tão triste que até os animais choraram. Este enterro só pode ser comparado em dimensão e desespero com o do líder religioso iraniano Ruhollah Khomeini morto em 1989. As imagens são dos arquivos da emissora estatal norte coreana de televisão numa filmagem de baixa qualidade. Para se entender tamanha idolatria, os textos adiante analisam sobre o que se passa no país mais fechado do mundo. Aspectos únicos de uma nação que ninguém viu mas que todos temem.


Gaston Poupard




O desfecho da Coréia do Norte

   A República Popular Democrática da Coréia apresenta um destino muito incerto na visão dos analistas de política internacional. O país mais isolado do mundo  não apresenta mais sinais de melhora em suas relações exteriores. É até irônico falar em diplomacia numa nação que da as costas ao mundo. As expectativas de uma Coréia do Norte mais sólida e progressiva está longe da realidade. O futuro de mais de 23 milhões de norte coreanos é vulnerável e depende unicamente a uma pessoa: Kim Jong-Il.
   O país se sustenta graças ao programa de alimentação das Nações Unidas e do apoio moral, político e financeiro de Pequim. A China é o único e o último grande aliado do regime comunista norte coreano. Outro aspecto que tenta sustentar a economia é o forte vínculo com o mercado negro. Este por sua vez ganha milhões de Dólares tentando transportar plutônio e outros materiais radioativos para alimentar o programa nuclear deste país. A Coréia do Norte vai até o fim com seu projeto nuclear e não poupará esforços até que Pyongyang tenha a sua própria bomba.
   Este é considerado o aspecto mais nocivo para todo o extremo oriente da Ásia. Com um armamento nuclear em mãos Kim Jong-Il utilizara de todas as maneiras para defender a continuidade da dinastia Kim. A Coréia do Norte vem se preparando para um cenário de guerra colossal desde o ano de 1953 quando foi feito um acordo de cessar fogo com sua vizinha Coréia do Sul. Temos que ficar atento que acordo de cessar fogo não é tratado definitivo de paz como um armistício. Por esta razão, tecnicamente falando a Coréia do Norte viveu seus últimos 60 anos em um estado de alerta contínuo.
   Isso assusta a todos, pois sabemos que a Coréia do Norte é um dos países mais preparados para entrar num conflito bélico de proporções biblícas. Observando o histórico do país e tendo o conhecimento do seu aparato bélico, podemos dizer que a guerra pode ser o desfecho desta nação. A guerra é uma das possibilidades de desfecho visto por muitos. O derradeiro norte coreano inserido num cenário de guerra sem tregua é uma imagem apocalíptica. Coréia do Norte é um quartel general literalmente. Se este país entrar em conflito mais de 23 milhões de pessoas pegarão em armas para defender a disnatia Kim. Isto acontece devido a lavagem cerebral de idolatria sem fim que o regime pôs no seu próprio povo. Nesta nação cada pessoa ou cidadão tem um parente inserido no exército do povo ou nas forças armadas norte coreanas.
    O exército popular da Coréia já é considerado o 4° maior exército do planeta e tem um contigente de reserva que toma quase a população inteira. O que mais nos deixa intrigados é que a população civil norte coreana é uma parcela mínima, e com isso a destruição de uma nação destas entrando em guerra será comparado apenas com a Alemanha nazista no final da segunda grande guerra. Todos e todas vão para o front de defesa. Caso Pyongyang tenha armamento nuclear a proliferação da radiação de uma bomba pode atingir vários países da região facilmente.Começando pela Coréia do Sul atingindo o Japão, China, Taiwan, Rússia, Filipinas e entre outros que não tem nada haver com o conflito.
   Uma outra hipótese de derradeiro mais isolada e totalmente desumana é esquecer e abandonar a população norte coreana à própria sorte. Não significa riscar ou aniquilar a Coréia do Norte do mapa com mísseis mas é simplesmente deixar a população morrer aos poucos. Parar definitivamente com o auxílio   de ONG's internacionais que atuam no país, como por exemplo os Médicos Sem Fronteiras. Interromper o programa de alimentação da ONU e isolar mais ainda para que eles vão ceifando aos poucos. Proibir o envio de remédios, equipamentos, médicos e tudo mais. Isto é algo totalmente desumano que vai contra os princípios básicos da vida de ser humano. O país já possui um dos mais alarmantes índices de subnutrição crônica do mundo, caso isto ocorra a crise de fome será pior que na Somália nas décadas de 1980 e 1990. 
   Por estas razões as negociações e a diplomacia talvez seja o único caminho eficaz deste problema. Este assunto será por muitas vezes comentado nos telejornais e na imprensa internacional. Negociar e tentar a diplomacia pode ainda ser a solução por mais que demore.


   A política do Pão e Circo continua na Coréia do Norte. As autoridades norte coreanas fazem constantemente desfiles para demonstrar seus aparatos de defesa enquanto seu povo no interior do país morre de fome.

Gaston Poupard

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Coréia do Norte em fotos.

    Quais as marcas características da Coréia do Norte nos últimos tempos? Nos pouco conhecemos de fato sobre o que se passa neste país isolado. Vejamos as imagens que mais representaram a Coréia do Norte  nas últimas décadas.




    A Coréia do Norte é conhecido por um buraco negro visto do espaço. Os líderes deste país tentam a todo custo esconder a pobreza da população, porém a completa escuridão do espaço aéreo norte coreano demonstra o tamanho atraso em que eles estão. Na Coréia do Norte não há petróleo e por isso eles dependem das usinas de carvão e das poucas hidrelétricas que funcionam no país.


   O contraste com sua vizinha Coréia do Sul é evidente a todos. Ultrapassar a zona desmilitarizada (fronteira) é considerado suicídio.





     O país sofre com um grande racionamento de energia. Mesmo na capital Pyongyang os blecautes são constantes. Para tanto não se usa semáforos nas avenidas da cidade. Eles organizam o trânsito (que na verdade não existe) a moda antiga. Mulheres ficam nos seus postos indicando a direção com as próprias mãos. A quem diga que durante o inverno o presidente Kim Jong-il  viu uma guarda tremendo de frio. Por isso ele optou por um uniforme mais resistente e entregou uma cobertura para a proteção.

    Um dos transportes típicos da capital norte coreana é o bonde elétrico ao estilo soviético. Poucos são os que tem um carro. Os que possuem um veículo próprio normalmente são figurões e pessoas do alto escalão do partido comunista do país. Os carros do partido normalmente são Mercedes antigas no modelo da década de 1980 e 1990.

Pyongyang possui um metrô. E eles se orgulham muito por terem este sistema de transporte.O metrô é de segunda mão e foi trazido da Alemanha Oriental após a unificação alemã. Aspecto peculiar é que as galerias são pintadas com imagens representando o triunfo do país. Isso faz lembrar das estações de metrô de Moscou na Rússia.







sábado, 8 de janeiro de 2011

Coréia do Norte em fotos.

     Apresento uma seleção de fotos dos lugares mais importantes da Coréia do Norte. Suas curiosidades e características que a tornam única em todo o planeta. Observe a imponência de seus monumentos misturado com um vazio que nos demonstra aparentar de um país fantasma.



    Estátua de bronze do grande líder Kim il-Sung erguido em 1972, justamente com o museu vizinho que é o prédio que fica bem átras. Construído em honra ao sexagésimo aniversário do presidente Kim. O grande monumento tem 20 metros de altura e fica em frente a um moisaico de 70 metros de comprimento do monte Paektu. Para qualquer visitante de Pyongyang, estrangeiro ou coreano, este é o primeiro destino após a chegada na cidade. Alguns trazem flores para por ao pé do monumento por uma questão de respeito.



   Vista panorâmica para a praça central de Pyongyang na margem ocidental do rio Taedong. No fundo a Torre Juche perto do centro administrativo. A praça Kim il-Sung é a principal praça da capital norte coreana. Ela foi nomeada pelo líder da Coréia do Norte. Inaugurada em agosto de 1954 a praça esta localizada na margem ocidental do rio Taedong. Ela serve de encontro comum para os comícios, bailes e desfiles militares e é frequentemente visto nas manchetes da imprensa internacional quando se trata sobre a Coréia do Norte.
   Ela é a 16° maior praça do mundo com uma capacidade de acomodar 100.000 pessoas (um município dentro dela). Existem cartazes de líderes comunistas famosos como Kim il-Sung, Karl Marx e Vladimir Lenin fixados nas fachadas dos prédios que a cercam. No centro com uma arquitetura típica coreana se encontra o grande palácio do povo, uma grande estrutura branca onde fica os líderes durante as cerimônias. Olhando de frente da praça para o rio Taedong. Uma avenida importante passa no meio da praça. Esta avenida é considerada uma das espinhas dorsais da capital.

































   O aeroporto internacional de Sunan é o principal aeroporto da Coréia do Norte. O espaço aéreo norte coreano vive interditado devido as décadas de isolamento da Comunidade Internacional. Entretanto ainda existem voos semanais de Pequim ou Moscou para Pyongyang, consequência de uma abertura entre  Rússia, China e Coréia do Norte. Logo na chegada percebe-se que o eterno líder Kim é unipresente visto que sua imagem permanece em todos os lugares. O aeroporto é praticamente vazio em comparação a outros aeroportos do mundo à fora. Não há passarela de embarque e desembarque e a entrada e saída é feita por ônibus que trafegam pelo asfalto.


































A companhia aérea nacional da Coréia do Norte. A  Air Koryo é a principal transportadora aérea do país tanto para carga quanto para passageiro. Koryo era um antigo samurai muito conhecido na cultura coreana.Toda a frota quem compõe a companhia são de aviões de segunda mão comprados pela fabricante russa Tupolev na época da Guerra Fria. Estes aviões foram reaparelhados e pintados tentando dar uma imagem de novo apesar das décadas de uso.


Kim Jong-il : enigma da Coréia

    Após a morte de seu pai e líder supremo da Coréia do Norte (Kim il-Sung) o novo chefe da nação deu continuidade a disnatia Kim. A única dinastia comunista em toda a Terra. O sucessor do comando do Partido dos Trabalhadores Comunistas da Coréia do Norte foi o filho do "Grande Líder". Kim Jong-il é até no momento a mais alta autoridade do governo norte coreano. Kim Jong-il  nasceu num vilarejo na fria Sibéria russa. Mas nos contextos cultural e lendário do povo norte coreano se diz que ele nasceu no sopé do monte Paektu. Um conjunto de montanhas perto da fronteira chinesa. Ele é uma das autoridades mais difíceis de se entender em todo o mundo. Poucos são os que chegaram perto dele e menos ainda são aqueles que o conhecem. Faremos uma breve discrição dele destacando os pontos mais relevantes da sua carreira como político.
    Kim Jong-il  é filho único e sua mãe morreu quando ele ainda era criança. Observando este contexto o pai se tornou a fonte de inspiração para o futuro tirano. Ele teve tudo ao seus pés porém desde cedo sabia muito bem como controlar e utilizar a logística política. Kim Jong-il estudou nas academias militares da antiga Alemanha Oriental e conseguiu se formar na universidade Kim il-Sung, a principal universidade da capital Pyongyang. Como de costume após a conclusão dos estudos ele conseguiu um bom cargo de comando no exército norte coreano. Uma das artes que ele mais admira é o cinema. Nas décadas de 1960 e1970 quando conseguiu passar para o posto de secretário da propaganda do partido ele investiu pesado na indústria cinematográfica. Mas no final não obteve muito sucesso. Os filmes daquela produção demonstravam a bravura dos samurais coreanos num período igualitário ao da Idade Média.
     Desde cedo Kim se apresentava como um líder de poucas palavras, de imagem séria e de pouca expressividade. Estava sempre acompanhando os passos do pai. Ele ainda no ano de 1968 conseguiu se tornar um membro ativo do serviço de segurança do pai e foi obtendo os conhecimentos das estratégias do mundo bélico e secreto. Contudo ele não era um bom economista pois a Coréia do Norte sempre sofria com a grande falta de divisas estrangeiras e sua economia era totalmente planificada e sem atualizações. Kim Jong-il não demorou muito para perceber que a sua população civil era fraca demais e procurou a melhor maneira de resolver isto. Kim assim como o pai não poupou investimentos na área bélica.
     Coréia do Norte possui o quinto maior exército do planeta e um contingente de mais de 1.120.000 soldados prontos para a defesa. O querido líder como é chamado sempre fez poucos investimentos na área civil e de estrutura social. O maior e o pior déficit que se pode ter com isto é a onde de fome mortal que vem assolando a Coréia do Norte desde o início da década de 1990. Kim tenta disfarçar a miséria nos campos extrapolando num culto a sua personalidade visto apenas na época de Stalin. Enfeita a capital e as grandes cidades com sua imagem e deu seu falecido pai. O"querido líder" tenta se tornar popular mas é quase impossível se tornar popular já que ele não fala diretamente para o seu povo.





    Kim il-Sung na esquerda e Kim Jong-il na direita. Kim Jong-il tem características únicas dele. Suas roupas de chefe de estado mais se parece com um macacão de mecânico do que um político. Kim tem uma estatura considerada baixa  para ele mesmo. Ele mesmo se julga baixo. Por tanto  ele resolve ter um tópete alto e utiliza sapatos com solas altas.







           Na Coréia do Norte não há propaganda. O que há muito são imagens, pinturas e retratos da dinastia Kim que controla o país com mão de ferro. Na pintura aparece o êxito e o levante do Partido dos Trabalhadores Comunistas Norte Coreanos. O símbolo do partido é o entrelaçar de um pincel (centro), que representa as atividades intelectuais,  a foissa (direita) que representa a agricultura e o machado (esquerda) que representa a indústria primitiva e obsoleta do país.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A autópsia da Coréia do Norte.

    Nascida pela difusão entre o Estalinismo, nacionalismo e o despotismo oriental a República Popular Democrática da Coréia agrega o militarismo, isolamento, centralização extrema, mobilização nacional, culto a personalidade e sucessões de dinastias. Um regime comunista com características muito peculiares e única do gênero. Nos últimos tempos este reduto do totalitarismo ameaça a paz no extremo oriente com seu tão ambicioso projeto de armamento nuclear. Aqui será feito uma análise mais simples e dinâmica possível sobre o que se passa na Coréia do Norte e entender o seu contexto geopolítico.

A saudação do último tirano
    A Coréia do Norte é o país mais isolado que existe na face da Terra. Um país atolado numa crise financeira e mergulhado num fanatismo nunca visto antes. A História contemporânea e seus líderes moldaram país que se apresenta como tal.
    Com o final da Segunda Guerra Mundial e com a capitulação japonesa, a península coreana encontrava-se sem nenhuma ordem  regional. Os soviéticos assim como os americanos tentaram aumentar suas influências para todo o mundo. Na década de 1950 ocorreu uma nova guerra na península, a  chamada Guerra das Coréias foi um dos capítulos mais sangrentos da história das guerras recentes na Ásia. Os soviéticos tendo o apoio político e ideólogico da China conseguiram manter o controle da região norte da península. Dando destaque a um general ambicioso e muito estratégico chamado Kim il-Sung. Ele foi destacado como o líder da resistência coreana contra as forças invasoras do Império do Japão. Kim il-Sung soube mobilizar as massas para obter o controle total da nação. O final da guerra foi no ano de 1953 quando as Coréias assinaram um acordo de paz temporário e não um tratado firmado. Surgiu neste contexto a zona desmilitarizada conhecida como o paralelo norte 38 dividindo os dois países. Esta região é uma das áreas mais tensas e vigiadas do mundo.
    Kim il-Sung elaborou uma nova ideologia filosófica chamada Ideal Juche. O pensamento Juche era a defesa da nação, a valorização da cultura e o culto a sua personalidade. Kim não poupou esforços nos investimentos na área bélica do seu país. Juche pode ser considerado a Bíblia do norte coreano.O país teve seu apogeu econômico durante a Guerra Fria com a ajuda externa dos governos comunistas de Moscou e Pequim que mantiveram o regime até o início da década de 1990. Depois do esfacelamento da URSS a Coréia do Norte permaneceu muito vulnerável e mais fraca que estava antes. No Ideal Juche os norte coreanos tinham que encontrar os métodos da auto suficiência, se esta ideia funcionava o seu teste decisivo ocorreria na década de 1990.
    O Grande Líder como é chamado morreu em Agosto de 1994. Hoje se ergue uma estátua no centro administrativo da capital Pyongyang onde todos devem se curvar diante dela. No calendário norte coreano o ano de 1912 é considerado o ano zero. Isto se deve pelo fato de Kim ter nascido em 15 de Abril de 1912 (enquanto o Titanic afundava, ele nascia). O Grande Líder e fundador da Coréia do Norte era considerado um semi-deus na Terra.