sábado, 17 de setembro de 2011

Conexão Repórter retratou sobre a Somália sem cortes e sem censura

 A reportagem de uma hora exibida pela SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) no programa Conexão Repórter, divulgou conteúdos que até então poucos de nós sabiamos a respeito da Somália. No documentário Roberto Caprini tem a coragem de conhecer o verdadeiro inferno sobre a Terra.

 

Parte 1
 
 


Parte 2
 
 


Parte 3




 Parte 4

 


Parte 5
 

Parte 6 


 Os vídeos encontrados foram retirados do You Tube e podem ser encontrados no seguinte endereço:
http://www.youtube.com/sbtdobrasil?gl=BR&hl=pt
 

Somália: pedido de socorro negado

    Classificado como Estado falido a Somália enfrenta um verdadeiro caos na terra. Palco de duas décadas de guerra civil e atingida pela pior seca dos últimos 60 anos o país africano encontra-se nos restos de um Estado condenado ao desastre.


     A Somália está localizada na região do Chifre da África, a parte mais oriental de todo o continente africano. Nesta região do planeta as chuvas são escassas e a terra é muito árida sem falar que os conflitos são contínuos. No Chifre da África encontram-se cinco países: A República de Djibouti, República da Etiópia, Eritréia, Quénia e a Somália. Todos eles foram atingidos pela seca da década de 1980 e por conflitos tribais devido as demarcações de terra. Um exempo foi a independência de Eritréia, antiga região que pertencia a Etiópia. De todos eles o único que não possui um governo reconhecido por sua própria população é a Somália. Alguns países próximos como o Quénia, amenizaram os efeitos do subdesenvolvimento e das crises humanitárias. Atualmente o Quénia é modelo de estabilidade política da região, enquanto outros pioraram com o passar das décadas.

    A Somália desde o fim dos conflitos contra a vizinha Etiópia (Guerra de Ogaden) não consegue obter estabilidade dentro do território complicando ainda mais a situação que já era delicada. O país não possui a estrutura mínima para se reerguer e a maioria de sua população tenta se abrigar em campos de refugiados nos países vizinhos. As cidades interioranas da Somália praticamente não existem mais, e para piorar a situação grandes regiões ao sul estão sob controle de grupos extermistas islâmicos que desejam em impor um governo islâmico sob todo o território somali . Conhecido como Al Shabab, palavre árabe que significa "juventude" , são insurgentes islâmicos oriundos de anos de combates para a tomada do poder em todo o país. Este grupo adota a ideologia ortodoxa do islamismo mais antigo e tem vínculos com a rede de terroristas da Al Quaeda.

   O país desértico perdeu o contato com o restante do mundo e sua população foi lançada à própria sorte quando o seu último governo foi derrubado pelos insurgentes de diferentes clãs. Por ser um país tribal a Somália acabou sendo desfragmentada no decorrer dos anos de guerra. A região ao norte tentou se desvincular do restante do país criando regiões autônomas como a de Puntland e Somalilândia. Porém nenhuma delas foram reconhecidas internacionalmente e muito menos pela populção ao sul do país.

   Nos últimos anos esta região da África enfrenta uma das piores secas já registradas. A própria Somália não conhecia uma seca tão intensa desde o período de sua independência na década de 1960. A fome é quem reina sem nenhuma restrição. As informações provenintes da imprensa a respeito deste país nos últmos meses são de catástrofes humanitárias difíceis de se entender e de se aceitar em pleno século XXI. O país é praticamente esquecido pela maioria do planeta, mas é muito valorizado pelos grupos de terroristas por ser um terreno fértil para o planejamento de suas ações contra alvos ocidentais.

Na Somália já não existe mais a circulação de uma moeda nacional e portanto o camelo se torrnou moeda de troca entre as tribos. O país possui um dos maiores reganhos de camelo da África.
Link da imagem:
http://www.tucacas.info/sunfirecooking/SFCnewweb/Update.html


Quem são os culpados por tudo isso?
 
   Uma série de fatores levaram o país a chegar  no ranking número 1 da subnutrição crônica mundial. Veja a seguir alguns pontos que merecem destaque:
  •     Falta de reconhecimento do pedido de socorro urgente por outros países. Tanto as nações européias como as asiáticas e americana demoraram muito tempo para reagir ao apelo da população somali. A imprensa internacional também tem sua parcela de culpa ao demorar na divulgação dos fatos que muitos já tinham até conhecimento disso.    

  •    Guerras e conflitos tribais sempre marcaram a história desta nação africana desde os tempos coloniais. A ausência de um comando político forte na região colaborou para a desfragmentação contínua do país.    

  •    A Somália não possui um governo desde 1991 quando o regime ditatorial de Siad Barre veio a baixo entregando o país ao anarquismo. Com a queda de Mogasdício pelos insurgentes as tribos começaram a lutar entre si para o tomada do poder.

  •    Após a intervenção norte americana na Somália o governo americano retirou suas tropas definitivamente em 1993 lançado o país à própria sorte. De todos os países que invadiram a Somália nenhum deixou um apoio mínimo para a reconstrução do país. Com pouquíssimo apoio militar de outras nações durante os anos mais decisivos de guerra, a Somália toda já estava nas mãos dos chamados Senhores da Guerra.

  •      O avanço do fundamentalismo islâmico no Chifre da África piora a situação com suas restritas condutas islâmicas que impede que a ajuda humanitária chegue aos lugares mais remotos. O grupo de extremistas islâmicos conhecido como Al Shabab domina grandes partes das regiões ao sul da Somália. Seu objetivo é desestalibilizar o governo de transição de Mogadíscio e impor o rígido código de preceitos islâmicos (Sharia) em todo o território somali. A Al Shabab é considerado um dos maiores responsáveis pela catástrofe por apresentar a mesma ideologia que a Al Quaeda.  

  •     Os contínuos desentendimentos entre a população somali e os soldados da força de paz etíopes. Desde o fim das atrocidades da Guerra de Ogaden na década de 1970 que envolveu os dois países , ambos ainda não tiveram uma reconciliação plena. A Etiópia tenta auxiliar na restauração da ordem no país, principalmente na capital Moagadíscio, porém muitas das suas ordens não são obedecidas pela população local alegando abuso de poder.   

  •     A ONU não deu conta do recado.Os órgãos de assistência humanitária receberam uma ajuda desproporcional ao tamanho da tragédia. As Nações Unidas já haviam alertado para uma possível crise humanitária na Somália  em outubro de 2007, porém poucos ouviram o apelo.  

  •    O aspecto que talvez seja o mais notório do país são as recentes ações da pirataria em sua costa. Os ataques contra os navios cargueiros e petroleiros chamaram a atenção da Comunidade Internacional observando que a violência chegou até nos  mares. A Somália possui um posicionamento estratégico  para as rotas marítimas devido a passagem para o Mar Vermelho cruzando  o Oceano Índico e o Mar Mediterrâneo .  Em 2008 foram atacados mais de 75 barcos segundo o portal G1. Por estes motivos já não é mais seguro enviar os mantimentos por via marítima, fechando o cerco para aqueles atingidos pela fome no país.   
Numa nação sem ordem a violência ultrapassa as terras firmes.
 Link da imagem:

 Para maiores detalhes a respeito da pirataria a reportagem a seguir fica como sugestão:

domingo, 4 de setembro de 2011

O inferno sobre a terra: Somália

   Mais de duas décadas de conflitos civis e de grupos de guerrilhas transformaram a Somália em um dos piores lugares do mundo para sobreviver. A atual crise humanitária que o mundo está observando é a somátoria de sucessões de tragédias, desgraças e misérias pelo qual a Somália passa desde a sua independência na década de 1960.
   Considerado um dos países mais esquecidos e esfacelados do planeta a Somália está chegando ao seu limite final de existência com uma população cada vez mais escassa. O país praticamente não tem governo e autoridades respeitadas. Esta nação se encontra a beira de uma tragédia humanitária de proporções biblícas. Milhões de refugiados tentam fugir da desgraça atravessando um deserto escaldante por dias para conseguirem abandonar a Somália o quanto antes.
   A Somália é considerado um Estado falido desde o início da década de 1990 quando o seu governo ditatorial  foi esfacelado por grupos rebeldes armados conhecidos como os "Senhores da Guerra". A capital do país, Mogadíscio , encontra-se totalmente destroçada sem nenhuma estrutura mínima para governar. Diante do caos milhões tentam fugir de qualquer maneira possível. Muitos acabam morrendo no caminho vitimados pela guerra civil, fome ou sede num deserto que não parece ter fim.
   Acompanhe a seguir a cronologia dos principais fatos que moldaram a atual Somália. A cronologia foi retirada do site de informações da BBC Wold e traduzida logo em seguida. O texto em Inglês pode ser encontrado neste endereço: http//news.bbc.co.uk/2/hi/1072611.stm 

Linha do tempo: Somália

1941- A colônia Somali de Itália é ocupada pela Grã Bretanha. A Itália estava perdendo os front's de guerra neste período tanto na Europa quando na África.

1950 - A Somalilândia italiana fica sob controle da récem criada Nações Unidas no governo colônial  italiano.

1956- A Somalilândia italiana nomeada como Somália consede autonomia interna.

1960- As partes britanicas e italianas da Somália tornam-se independentes e forman a Républica Unida da Somália, tendo como Aden Abdullah Osman Daar o presidente eleito.

1963- Disputa de fronteiras com o Kênia ocorrem e as relações diplomáticas com o Reino Unido são interrompidas em 1968. 

1964- Disputa de fronteiras com a Etiópia irrompe em conflitos hostis.

1967- Abdi Rashid Ali Shermarke derrota Aden Abdullah Osman Daar nas eleições presidencias.

Seca e Guerra

1969- Muhammad Siad Barre assume o poder por um golpe de Estado depois do assassinato de Shermarke.

1970- Barre declara o Estado Socialista da Somália e grande parte da economia é nacionalizada.
1974- Somália adere a Liga Árabe.

1974-75- Secas severas provocam uma ampla crise de subnutrição crônica.

1978-  Tropas cubanas sob comando soviético ajudam no ataque a expulsão das forças somalis na região de Ogaden (Etiópia). Barre exclui as influêcias soviéticas na Somália e ganha auxílio dos norte americanos.

1981- Opositores do Regime de Barre começam a surgir após as exclusões de membros das tribos Mijertyn e Isaq dos seus postos no governo. Essas tribos são filiadas com a tribo do próprio Barre diminuindo o apoio políco tribal de sua gestão.

1988- Acordo de Paz com a Etiópia. (Fimda Guera de Ogaden)

1991- Muhammad Siad Barre é deposto do poder e foge para o exílio na Nigéria. A disputa pelo poder entre os senhores da guerra Mohamed Farah Aideed e Ali Mahdi Mohamed executa e fere milhões de civis.

Separação da Somalilândia

1991- O antigo protetorado britânico ao norte da Somália (Somalilândia) declara autonomia unilateral do restante do país.

1992- A Marinha Norte Americana desembarca próximo de Mogadíscio indo à frente das Nações Unidas para o estabelecimento da ordem e também ao atendimento urgente humanitário.

1993- Durante uma batalha em Mogadíscio dois helicópteros americanos são abatidos por milícias somalis matando os soldados da força especial Rangers, centenas de somalis morreram neste conflito retratado no filme de produção americana "Falcão Negro em Perigo". A missão norte americana foi oficialmente concluida em março de 1994.

1995- A força de paz da ONU abandona a Somália por sua própria sorte, tendo falhado no objetivo final da missão.

1996- Em agosto o senhor da guerra Mohamed Farah Aideed é morto e seu sucessor, o filho Hussein, é ferido.

Autonomia de Puntland

1998- A região de Puntland declara independência do restante do que sobrou na nação somali.
2000- Em agosto os lideres de clãs e figuras importantes se reunem em Djibouti e elegem Abdulkassim Salat Hassan como presidente da Somália.

2001- Em abril os senhores da guerra somali ao lado da Etiópia, anunciam a sua intenção de formar um novo governo nacional dentro de seis meses, porém o governo provisório somali vai contra os interesses e posição dos senhores da guerra.

2001- Em agosto a ONU solicita alimentos para o auxilio de milhões de pessoas atingidas pela seca e pela fome.

2004- Na décima quarta (14) tentativa desde 1991 de restaurar um governo central ,um novo parlamento provisório é inaugurado em cerimônia  no Kênia. Em outubro a entidade oficial elege Abdullahi Yusuf para presidente.

2004- Em dezembro um tremor no sub-solo marítimo da Indonésia causam ondas gigantescas (Tsunami) atingindo a costa somali e a ilha de Hafun. São registrados centenas de mortes e milhões de pessoas são deslocadas.

2005- Entre fevereiro e junho o governo somali retorna do exílio do Kênia, porém as amargas divisões na Somália deixam o Parlamento numa situação muito complicada.

2005- Em novembro o primeiro ministro Ali Mohamed Ghedi sobrevive a uma tentativa de assassinato em Mogadíscio. Os atiradores atacam o seu comboio e matam seis pessoas.

O avanço islâmico

2006- Em fevereiro o Parlamento de transição tenta fixar-se no território somali, mais especificamente na cidade de Baidoa, pela quinta vez desde a formação deste corpo político em 2004 no Kênia.
 
2006- De março a maio dezenas de pessoas são mortas e feridas durante conflitos terríveis entre milícias rivais em Mogadíscio. Um dos episódios mais sangrentos de quase uma década de guerra. Trpoas etíopes se apresentam (entram) na Somália.

2006- Nos meses de julho a agosto, ocorre pela primeira vez desde 1995 o acesso por ar -aeroporto- e por mar -porto- são reabertos em Mogadíscio.

2006- Em setembro o governo de transição da União das Cortes Islâmicas começam a discutir sobre as negociações de paz na capital sudanesa Khartoum.
Ocorre a primeira tentativa de um suicida em assassinar o presidente Yusuf que escapou por se encontrar fora do Parlamento em Baidoa.

2006- Em outubro cerca de 35,000 somalis estão fugindo da seca, das estritas regras islâmicas e dos conflitos. Os refugiados fogem em direção ao Kênia desde o início de 2006, segundo relatório da ONU.
Guerra de palavriados (de ameaças) entre os estíopes e islãmicos somalis ocorre.O premier etíope Meles alega que a Etiópia esta "tecnicamente" em guerra com os muçulmanos que desejam em por a Sharia em seu país.

Gaston Poupard


Localizado no extremo Leste da África a Somália é castigada continuamente por secas longas e por um clima desértico.


A antiga praça central da capital Mogadíscio. Nela existia um arco da típica arquitetura italiana da época colônial. Nesta região do planeta as chuvas são escassas e por isso muitas construções utilizam a laje da moradia. A maioria dos somalis rezavam na laje quando suas casas ainda estavam de pé.

 
Somali Airlines foi a antiga companhia aérea do país. Existiam voos regulares para Mogadício até o final da década de 1980.


Antigo hotel de luxo em um dos bairros mais antigos da capital somali. Local das antigas heranças colôniais que simplesmente não foi poupado durante as guerras civis.



Na maior cidade da Somália os serviços básicos como fornecimento de energia e abastecimento de água tornaram-se um verdadeiro luxo uma vez que a anarquia reina na capital do país. A infraestrutura de todo o país está esfacelada por décadas de guerra civil.

As ilustrações desta postagem foram retiradas dos seguintes endereços eletrônicos: